ARTUR FREITAS
TEORIA DAS ARTES VISUAIS
Disciplina Optativa (Eletiva)
PPGAV & PPGARTES | UNESPAR
EMENTA
Apresentação e análise dos fundamentos epistemológicos das artes visuais, com ênfase na expansão teórico-histórica do conceito de “obra de arte” no contexto da arte moderna e contemporânea.
CONTEÚDO
Conceitos de arte. Exame da relação entre a experiência estética e as disciplinas fundadoras da arte: crítica de arte, teoria da arte e historiografia da arte. Mapeamento das principais correntes historiográficas das artes visuais. Discussão sobre o processo de autonomização da arte: formação do campo da arte e autonomia da linguagem. A homologia arte-vida: montagem, crítica institucional e performance radical. Análise dos regimes de imanência: autografia e alografia nas artes visuais.
PROGRAMA DA DISCIPLINA
Clique nos textos para baixar
AULA 1 | APRESENTAÇÃO
>> APRESENTAÇÃO DO Programa da disciplina.
AULA 2 | CONCEITOS DE ARTE
>> O QUE é arte? Modos de conceituar arte. Teorias imitativas, expressivas, estéticas e convencionalistas. Conceito histórico de arte: techné, ars, artes liberais, belas artes.
____________________________
LEITURA OBRIGATÓRIA
-
ADAJIAN, Thomas. The definition of art. In: ZALTA, Edward (ed.). The Stanford Encyclopedia of Philosophy. Stanford: Stanford University, Fall 2018.
LEITURAS COMPLEMENTARES
-
DAMISCH, Hubert. Artes. In: Enciclopédia Einaudi, vol. 3. Lisboa: Imprensa Nacional, Casa da Moeda, 1984, pp. 11-63.
-
DANTO, Arthur. Kant and work of art. In: What art is. New Haven: Yale University Press, 2013, pp. 116-134.
-
GELL, Alfred. A rede de Vogel: armadilhas como obras de arte e obras de arte como armadilhas. Arte & Ensaios, UFRJ, Rio de Janeiro, 2001.
-
HEINICH, Nathalie; SHAPIRO, Roberta. Quando há artificação? Revista Sociedade e Estado, UnB, Brasília, vol. 28, nº 1, jan-abr. 2013 [2012], pp. 14-28.
-
MUKAROVSKY, Jan. Escritos sobre estética e semiótica da arte. Lisboa: Estampa, 1988 [1975]. Capítulos 2 e 3, pp. 19-112.
-
PAZ, Octavio. O uso e a contemplação. Revista Raiz, nº 3, out. 2006 [1988], pp. 82-89.
-
SHINER, Larry. Polite arts for the polite classes. In: The invention of art: a cultural history. Chicago: University of Chicago Press, 2001, pp. 75-98.
AULA 3 | DISCIPLINAS FUNDADORAS DA ARTE
>> A EXPERIÊNCIA estética na formação das disciplinas fundadoras: crítica, teoria e história da arte.
____________________________
LEITURA OBRIGATÓRIA
-
DANTO, Arthur. Da estética à crítica de arte. In: Após o fim da arte: arte contemporânea e os limites da história. São Paulo: Edusp; Odysseus, 2006 [1997], pp. 89-109.
LEITURAS COMPLEMENTARES
-
CAUQUELIN, Anne. Uma teorização prática: a crítica de arte. In: Teorias da arte. São Paulo: Martins, 2005 [1998], pp. 129-153.
-
DAMISCH, Hubert. O autodidata [1993]. In: FERREIRA, Glória; COTRIM, Cecília. Clement Greenberg e o debate crítico. Rio de Janeiro: Funarte / Zahar, 1997, pp. 251-269.
-
SANTOS, Leonel. A concepção kantiana da experiência estética: novidades, tensões e equilíbrios. Trans/Form/Ação, Marília, v.33, n.2, 2010, pp. 35-75.
AULA 4 | DIMENSÕES DE ANÁLISE DA IMAGEM
>> AS TRÊS DIMENSÕES de análise da imagem e suas correlações com a historiografia da arte: história formalista, social e cultural da arte.
____________________________
LEITURA OBRIGATÓRIA
-
FREITAS, Artur. História e imagem artística: por uma abordagem tríplice. Estudos Históricos, Fundação Getúlio Vargas, Rio de Janeiro, nº 34, 2004, pp. 03-21.
LEITURAS COMPLEMENTARES
-
ARGAN, Giulio Carlo. A crítica de arte e a história da arte. In: Arte e crítica de arte. 2ª ed. Lisboa: Estampa, 1995 [1988], pp. 141-158.
-
ARGAN, Giulio Carlo; FAGIOLO, Maurizio. Guia de história da arte. Lisboa: Ed. Estampa, 1992 [1977], pp. 34-42.
-
DIDI-HUBERMAN, Georges. A arte morre, a arte renasce: a história recomeça (de Vasari a Winckelmann). In: A imagem sobrevivente: história da arte e tempo dos fantasmas segundo Aby Warburg. Rio de Janeiro: Contraponto, 2013 [2002].
-
GINZBURG, Carlo. De A. Warburg a E. H. Gombrich: notas sobre um problema de método. In: Mitos, emblemas, sinais. São Paulo: Companhia das Letras, 1989 [1986], pp. 41-93.
-
PANOFSKY, Erwin. Iconografia e iconologia. In: O significado nas artes visuais. São Paulo: Perspectiva, 2001 [1955], pp. 47-87.
AULA 5 | AUTONOMIA DA ARTE
>> AUTONOMIA SOCIAL da arte. Formação do campo da arte: instituições e agentes. Autonomização da linguagem: autonomia narrativa e formal.
____________________________
LEITURA OBRIGATÓRIA
-
BOURDIEU, Pierre. O poder simbólico. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 1989. Caps. 9 e 10, pp. 255-298.
LEITURAS COMPLEMENTARES
-
BUENO, Maria Lúcia. Do moderno ao contemporâneo: uma perspectiva sociológica da modernidade nas artes plásticas. Revista de Ciências Sociais, UFC, Fortaleza, v. 41, nº 01, 2010, pp. 27-47.
-
FABRIS, Annateresa. Arte moderna: algumas considerações. In: FABRIS, Annateresa; ZIMMERMANN, Silvana. Arte Moderna. São Paulo: Experimento, 2001, pp. 15-32.
-
FREITAS, Artur. Arte moderna: notas sobre a autonomia. In: FREITAS, Artur; KAMINSKI, Rosane. (Org.). História e arte: encontros disciplinares. São Paulo: Intermeios, 2013, pp. 177-200.
-
FREITAS, Artur. A autonomia social da arte no caso brasileiro: os limites históricos de um conceito. ArtCultura, v. 7, nº 11, UFU, Uberlândia, jul-dez. 2005, pp. 197-211.
AULA 6 | VIRADA CONTEXTUAL
>> AUTONOMIA COMO problema: montagem, ready-made e apropriação. A questão da indiscernibilidade. Cubo branco e crítica institucional.
____________________________
LEITURA OBRIGATÓRIA
-
BÜRGER, Peter. A obra de arte vanguardista. In: Teoria da vanguarda. Lisboa: Vega, 1993 [1974], pp. 101-141.
LEITURAS COMPLEMENTARES
-
BUCHLOH, Benjamin. Procedimentos alegóricos: apropriação e montagem na arte contemporânea. Arte & Ensaios, EBA/UFRJ, Rio de Janeiro, n. 7, 2000, pp. 179-197.
-
BUCHLOH, Benjamin. From the aesthetic of administration to the critique of institutions. October, vol. 55, Winter, 1990, pp. 105-143.
-
DANTO, Arthur. Obras de arte e meras coisas reais. In: A transfiguração do lugar-comum: uma filosofia da arte. São Paulo: Cosac Naify, 2005 [1981], pp. 205-241.
-
DANTO, Arthur. O mundo da arte [1964]. In: D’OREY, Carmo. O que é arte? A perspectiva analítica. Lisboa: Dinalivro, 2007, pp. 79-99.
-
FRASER, Andrea. From the critique of institutions to an institution of critique. Art Forum, New York, vol. 44, set. 2005, pp. 100-106.
AULA 7 | PERFORMANCE RADICAL
>> A HOMOLOGIA arte-vida: o corpo como obra. Performatividade pollockiana. A crise do sujeito moderno: performance feminista e arte disturbacional.
____________________________
LEITURA OBRIGATÓRIA
-
AGAMBEN, Giorgio. Arqueologia da obra de arte. Princípios – Revista de Filosofia, Natal, v. 20, n. 34, jul-dez. 2013 [ago. 2012], pp. 359-361.
LEITURAS COMPLEMENTARES
-
DANTO, Arthur. Arte e disturbação [1985]. In: O descredenciamento filosófico da arte. Belo Horizonte: Autêntica, 2014, pp. 155-170.
-
FREITAS, Artur. Performance radical e literalidade: a homologia arte-vida. Arte Teoria, Universidade de Lisboa, n. 21, 2018.
-
HALL, Stuart. Nascimento e morte do sujeito moderno. In: A identidade cultural na pós-modernidade. 11ª ed. Rio de Janeiro: DP&A, 2011 [1992], pp. 23-46.
-
JONES, Amelia. Body art: performing the subject. Minneapolis: University of Minnesota Press, 1998.
-
KAPROW, Allan. The legacy of Jackson Pollock [1958]. In: KELLEY, Jeff (ed.). Essays on the blurring of art and life: Allan Kaprow. Berkeley: University of California Press, 2003, pp. 01-09.
AULA 8 | REGIMES DE IMANÊNCIA: AUTOGRAFIA E ALOGRAFIA
>> TEORIA DOS regimes de imanência: autografia e alografia. Sistemas de notação e transmídia: obras alográficas como projeto, texto e instrução.
____________________________
LEITURA OBRIGATÓRIA
-
GENETTE, Gérard. A obra de arte: imanência e transcendência. São Paulo: Littera Mundi, 2001. [1994], pp. xviii-xxxv.
LEITURAS COMPLEMENTARES
-
FREITAS, Artur. Modos de fazer (arte): o projetista, o montador, o propositor. PÓS: Revista do Programa de Pós-Graduação em Artes da EBA-UFMG, Belo Horizonte, vol. 14, n. 30, jan-abr. 2024, pp. 207-232.
-
FREITAS, Artur. Reperformance: a presença em questão. Urdimento, UDESC, Florianópolis, n. 43, 2022., pp. 1-28.
-
GOODMAN, Nelson. Linguagens da arte: uma abordagem a uma teoria dos símbolos. Lisboa: Gradiva, 2006 [1968]. Capítulos 4 e 5, pp. 149-237.
-
OSBORNE, Peter. Transcategoriality: postconceptual art. In: Anywhere or not at all: philosophy of contemporary art. London; New York: Verso, 2013, pp. 99-116.
-
WOLLHEIM, Richard. A arte e seus objetos. São Paulo: Martins Fontes, 1994 [1980], pp. 68-82.
AULAS 9-15 | SEMINÁRIOS TEMÁTICOS
>> APRESENTAÇÃO E DEBATE de texto escolhido (duas ou três apresentações/debates por aula). Os procedimentos dos Seminários e os textos da bibliografia temática são apresentados abaixo.
>> CADA SEMINÁRIO Temático é exposto por um Apresentador e discutido por um Debatedor. A cada aula haverá dois ou três Seminários Temáticos. O Apresentador deve escolher um texto da bibliografia abaixo. O tempo da apresentação será decidido em sala e dependerá do número total de Seminários. Ao final da apresentação, o Debatedor deve discutir o texto apresentado por meio de questões feitas ao Apresentador.
ARTE E ESPACIALIDADE
-
BISHOP, Claire. Reconstruction era: the anachronic time(s) of installation art. In: CELANT, Germano (Ed.). Revisiting When Attitudes Become Form: Bern 1969/Venice 2013. Milan: Fondazione Prada, 2013, pp. 429-436.
-
KWON, Miwon. Um lugar após o outro: anotações sobre site-specificity [1997]. Arte & Ensaios, UFRJ, Rio de Janeiro, n. 17, 2008, pp. 166-187.
-
MAMMÍ, Lorenzo. À margem. Ars, nº 03, USP, São Paulo, 2004, pp. 80-101.
ARTE E TEMPORALIDADE
-
AUMONT, Jacques. Formas do tempo, ou as intermitências do olho. In: O olho interminável: cinema e pintura. São Paulo: Cosac & Naify, 2004 [1989], pp. 79-108.
-
DUBOIS, Philippe. Um “efeito cinema” na arte contemporânea [2006]. In: COSTA, Luiz Cláudio da (org.). Dispositivos de registro na arte contemporânea. Rio de Janeiro: Contra Capa, 2009, pp. 179-216.
-
MACHADO, Arlindo. O vídeo e sua linguagem. Revista USP, São Paulo, nº 16, 1993, pp. 7-17.
CORPO E PERFORMANCE
-
MATESCO, Viviane. Corpo, ação e imagem: consolidação da performance como questão. Poiésis, UFF, Niterói-RJ, nº 20, dez. 2012, pp. 105-118.
-
MELIM, Regina. Performance nas artes visuais. Rio de Janeiro: Zahar, 2008.
-
STILES, Kristine. Performance. In: NELSON, Robert; SHIFF, Richard (eds.). Critical terms for art history. 2nd ed. Chicago; London: University Chicago Press, 2003, pp. 75-97.
ARTE, GÊNERO E FEMINISMO
-
STUBS PARPINELLI, Roberta. Corpos, gêneros, subversões e resistências: sobre estéticas feministas nas artes visuais. In: A/r/tografia de um corpo-experiência: arte contemporânea, feminismos e produção de subjetividade. Tese (Doutorado em Psicologia), UNESP, Assis-SP, 2015, pp. 165-191.
-
TAVARES, Paula. Breve cartografia das correntes desconstrutivas feministas na produção artística da segunda metade do século XX, Arte Capital, 22 abr. 2008. On-line: goo.gl/Ecsom8
-
TVARDOVSKAS, Luana. Um museu feminista imaginário: histórias da arte e feminismos, diálogos possíveis. In: Dramatização dos corpos: arte contemporânea de mulheres no Brasil e na Argentina. Tese (Doutorado em História), Unicamp, Campinas-SP, 2013, pp. 11-39.
COLABORAÇÃO E ESTÉTICA RELACIONAL: A VIRADA SOCIAL
-
BOURRIAUD, Nicolas. Estética relacional. São Paulo: Martins Fontes, 2009 [1998].
-
BISHOP, Claire. Antagonism and relational aesthetics. October, vol. 110, Fall 2004, pp. 51-80.
-
BISHOP, Claire. A virada social: colaboração e seus desgostos. Concinnitas, vol. 1, n. 12, 2008 [2006], pp. 144-155.
O FIM DA ARTE
-
DANTO, Arthur. Crítica de arte após o fim da arte [2005]. Viso: Cadernos de Estética Aplicada, Vol. VII, nº 14, jul-dez. 2013, pp. 01-17.
-
SUSSEKIND, Pedro. Greenberg, Danto e o fim da arte. Kriterion, vol. 55, nº 129, 2014, pp. 349-362.
-
FABBRINI, Ricardo. O fim das vanguardas. Cadernos da pós-graduação, Instituto de Artes, Unicamp, Campinas-SP, vol. 08, 2007, pp. 31-47.
POLÍTICAS DA ARTE
-
DE DUVE, Thierry. A arte diante do mal radical. Ars, ECA-USP, São Paulo, nº 13, [2008], pp. 65-87.
-
RANCIÈRE, Jacques. Contemporary art and the politics of aesthetics. In: HINDERLITER, Beth et alii (Eds.). Communities of sense: rethinking aesthetics and politics. Durhan; London: Duke University Press, 2009, pp. 31-50.
-
RANCIÈRE, Jacques. A estética como política. Devires, Belo Horizonte, v. 7, nº 2, jul/dez. 2010, pp. 14-36.
>> O TRABALHO FINAL (Artigo) deve se ater à área de Artes, preferencialmente ao tema de pesquisa do aluno, e incluir na argumentação ao menos 1 (um) texto do programa da disciplina de Teoria das Artes Visuais. Normalização: O artigo deve ter entre 08 (oito) e 12 (doze) páginas e precisa estar dentro das normas da ABNT (Manual de Normalização da UFPR). A data de entrega será definida em sala.
1. AVALIAÇÃO CONTÍNUA
Participação do discente nas discussões sobre os textos obrigatórios.
2. APRESENTAÇÃO DE SEMINÁRIO TEMÁTICO
Durante os Seminários Temáticos, o aluno deverá apresentar um dos textos escolhidos. Serão considerados (não necessariamente nesta ordem): apresentação do autor do texto, síntese do argumento do texto, análise crítica das ideias e adequação ao tempo de apresentação.
3. DEBATE DE SEMINÁRIO TEMÁTICO
Durante os Seminários, o Debatedor deverá discutir o texto apresentado por meio de questões feitas ao Apresentador.
4. ARTIGO (TRABALHO FINAL)
Uso (com citações, interpretação e análise crítica) de ao menos 1 (um) texto do programa da disciplina, atenção à área de Artes, clareza de objetivos, tema recortado e não-panorâmico, manutenção de um eixo de análise, argumentação coerente e adequação às normas da ABNT.
NOTA FINAL
>> A NOTA FINAL da disciplina corresponderá à soma dos seguintes pesos:
PARTICIPAÇÃO
Participação geral nas discussões da disciplina
1,0
SEMINÁRIO
Apresentação individual de Seminário
2,0
DEBATE
Debate com apresentador de Seminário
1,0
ARTIGO
Texto redigido e entregue ao final da disciplina
6,0